quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Meditação e Perseverança




Por Mariah Bressani

Tudo na vida é uma questão de treino – sem exceção – inclusive o exercício de meditar e do autoconhecimento. Por isso, é com “treinamento” e perseverança, precisamos fazer a meditação e a autodescoberta através do autoconhecimento.

Se fomos treinados pela nossa educação ocidental a sempre “olhar” para fora, torna-se difícil fazer o movimento contrário, ou seja, voltar-se para dentro de nós mesmos. E, então com perseverança e vontade, desenvolvemos esse movimento (o da interiorização).

A perseverança tem como pré-requisito a vontade: “Eu quero”.
A vontade tem como pré-requisito a crença: “Eu acredito”.
Portanto, se eu acredito, a minha vontade – o meu querer – fica fortalecido e, consequentemente, eu persevero.
E, assim, com a perseverança eu insisto, apesar das dificuldades que se me aparecerem pelo caminho.

A perseverança nos ajuda a insistir no exercício da meditação e no processo do autoconhecimento, apesar das dificuldades iniciais e os exercícios da meditação e do autoconhecimento nos ajudam a desenvolver mais fortemente a nossa perseverança em todos os campos de nossa vida.

Aprendemos que perseverar nos ajuda a conseguir a atingir nossas metas.
Aprendemos que perseverar fortalece a nossa autoestima, pois, aprendemos que somos fortes em nosso querer e, então, nos conduzimos àquilo que realmente nos dá satisfação.

Aprendemos que ao perseverar na meditação e no autoconhecimento, não ficamos ali parados fazendo nada à toa, mas, que naquele aparente “fazer nada” estamos fazendo tudo... tudo por nós...  e aquele momento que nos permitimos parar e refletir sobre as nossas "verdades" estamos fazendo o que é fundamental para nós: nos encontrando conosco mesmos, com o indivíduo e o ser humano que somos.

Dando tempo ao tempo, perseverando,... com paciência... nós nos achamos, nós nos descobrimos, nós nos encontramos conosco mesmos, dentro de nós mesmos, desvendamos os mistérios do ser que nos habita, com aquilo que temos de essencial: a nossa Essência humana... através da meditação.


imagem: unsplash

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terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Meditação e as Qualidades Humanas




Por Mariah Bressani

Trazemos conosco ao nascer todas as qualidades humanas, que ao longo da nossa vida podemos desenvolver. 
“Escolhemos” algumas e deixamos de lado ou delegamos outras ao “outro”.
Ao conjunto de qualidades que “escolhemos” chamamos de “Eu”. 
Portanto, o “Eu” é um conjunto de qualidades humanas que elegemos para nós, com as quais nos identificamos e que desenvolvemo-las (mais ou menos) no decorrer da nossa vida.

Aquelas qualidades que não fazem parte do conjunto “Eu”, fazem parte do conjunto “Outro”. Então, o “Outro” é um conjunto de qualidades que delegamos para o “não-eu”, e que, a partir da nossa percepção,  desenvolvem-na (mais ou menos) no decorrer de suas vidas.
Assim temos uma cisão das qualidades humanas, separadas por conjuntos de “Eus” e “Outros”, dentro da nossa compreensão sobre as individualidades. 
Entretanto, Jung nos disse que “temos tudo dentro de nós”! E com a meditação e com o autoconhecimento constatamos que ele tinha razão.

No exercício da meditação, com aprofundamento da concentração podemos ver (e até sentir fisicamente) um desfilar de qualidades que estavam guardadas no mais profundo de nosso ser e outras que usávamos de forma equivocada ou superficial.
Podemos meditar cada uma das qualidades humanas e percebê-las em nós e a sua atuação dentro de nós e através da nossa personalidade e por qual viés se desenvolvem dentro de nós.Podemos meditar, por exemplo, sobre a confiança.
Qual é o grau de confiança que eu tenho dentro de mim?Em que grau a confiança está presente na minha vida? Confiança em demasia nos faz tolos, de menos, paranóicos.

Portanto, em busca do equilíbrio de cada qualidade humana presente em nós (dentro e fora), meditemos!



imagem: pixabay

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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Meditação e o Autoconhecimento





por Mariah Bressani

Meditação, dentro da proposta oriental, é um processo – o caminho – para se alcançar a iluminação, a sabedoria.
Autoconhecimento, conforme compreendemos na psicologia ocidental, é um processo – também, o caminho – para conhecer quem é o ser que habita o nosso corpo e que vive a nossa vida (que chamamos “Eu”).

Na prática da meditação vamos pouco a pouco acendendo pequenas luzes, que nos permite ver e compreender o ser humano que há em nós.
No processo de autoconhecimento vamos pouco a pouco tendo insigths sobre o indivíduo que somos. Em verdade, esta é apenas a primeira fase do processo (existe no mínimo mais uma).

Nos exercícios de meditação, vamos desenvolvendo a atenção ao que acontece em nosso interior, isto é, deslocamos a nossa atenção e focamos em nosso mundo interior, compreendendo-o como universal, ou seja, sendo próprio do ser humano, não apenas individual.
No exercício do autoconhecimento, aprendemos a nos voltar para dentro de nós – indivíduos – ao que sentimos e pensamos sobre nós mesmos, às nossas crenças sobre os “outros” e sobre as situações que vivemos; e, assim, compreendemos porquê reagimos como reagimos.

Na meditação, já de inicio, temos a proposta de nos perceber como ser humano, maior que um indivíduo (um ego); por isso, as doutrinas onde a prática da meditação é parte corrente pregam justamente o despego do ego.
No autoconhecimento buscamos descobrir em nosso interior qualidades que nos fazem um indivíduo único (num primeiro momento), fortalecendo nosso ego.
Entretanto, num segundo momento, o processo de autoconhecimento está, justamente, em compreendermos que o Ego é apenas a expressão do Self. 
Pois, segundo Jung, o destino do ser humano é alcançar a Totalidade, ou seja, ser a expressão máxima das qualidades humanas que trazemos em nós, e assim, transcender o ego e colocá-lo a serviço do Self, pessoal e coletivo.

Colocar-se a serviço do Self pessoal é procurar desenvolver todas as qualidades que trazemos conosco, o máximo possível, para nos melhorar como pessoa e como ser humano.
Colocar-se a serviço do Self coletivo é dispor tudo o que desenvolvemos como individualidade a serviço da humanidade.
Sabendo que nada é, efetivamente, nosso, que tudo o que evoluímos como indivíduos só tem utilidade se oferecido para a humanidade, pois a nossa existência individual é finita e se não oferecermos generosamente a nossa evolução para outrem, esta morrerá conosco.

Então, podemos entender que autoconhecimento e meditação são práticas que vão na mesma direção e que são duas faces de uma mesma moeda.
Desta maneira, a meditação está à serviço do autoconhecimento, bem como, o autoconhecimento está à serviço da meditação.


imagem: freepik

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Continuando a Apresentação



E atualizando minha apresentação:

Sou psicóloga e psicoterapeuta junguiana, coach e escritora.
Penso que meu trabalho é ajudar, tendo como instrumento a psicoterapia, o coaching e os meus livros, no crescimento pessoal de quem me procurar.

Acredito que o nosso destino é evoluir. 
Evolução é mudança contínua; é transformação; é crescimento.
E podemos, ou não, colaborar com nossa evolução.
Sei, por experiência própria, que para crescer verdadeiramente no máximo do nosso potencial é necessário colaborar com as mudanças que ocorrem naturalmente em nosso interior e em nossas vidas.

Quando colaboramos com a nossa evolução, as mudanças e as transformações que vivemos ocorrem de forma mais harmônicas, sem grandes sofrimentos.
Porém, quando não colaboramos com a nossa evolução natural, quando resistimos às mudanças e transformações que ocorrem em nossas vidas, o drama pessoal é proporcional à resistência. 
Acredite nisto: tudo o que sofremos é fruto da sua resistência à evolução natural de nosso ser.

Considero todos os sofrimentos emocionais e psíquicos como “sintomas” da resistência às mudanças e transformações que se nos apresentam.
Por isso, acredito que nossa melhor escolha (a mais inteligente e saudável também) é colaborar com as mudanças e transformações que se nos ocorrem.
Dentro do universo da psicologia existem diversas linhas e técnicas de tratamento da psicoterapia, como auxiliar no processo do autoconhecimento.

De forma bem sintética, segui um caminho profissional, onde me encontrei com Jung, com a mitologia grega, estudei diversas religiões e, enfim, cheguei à meditação.
Encontrei em Jung (nos meus estudos e no meu próprio processo de autoconhecimento) muitas respostas para compreender o que acontece na psique humana.
Jung, a mitologia grega (as mitologias de maneira geral), as diversas religiões e, inclusive, a meditação falam – cada um a seu modo – de símbolos.
Jung fala que tudo o que vivemos nos tem um significado muito particular; que tudo é simbólico; que tudo está carregado de símbolos, pessoais e coletivos.
Aprendi a observar as pessoas com quem nos relacionamos, a vida e as situações que vivemos como símbolos.

Compreendi que a meditação é um instrumento perfeito, por excelência, para auxiliar no processo de autoconhecimento, para acessar os símbolos em nosso interior.
Por isto, indico a meditação como prática complementar, para ajudar no processo do autoconhecimento.

Mariah Bressani

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Apresentação

Sou aprendiz da Vida!
Procuro colocar-me sempre aberta para aprender a ser eu mesma.
Busco dentro de mim quem eu sou.
Mas, afinal, quem sou eu?
Acredito que a única maneira de responder a esta pergunta é através do processo de autoconhecimento. E este processo é vitalício, ou seja, é para toda a vida: ocorre no transcorrer de nossa vida.
Como uma pedra preciosa, vamos nos lapidando... a cada dia, a cada nova situação que vivemos e a cada escolha que fazemos... vamos nos melhorando como ser humano... sempre!Acredito que, no caminho da nossa vida, todas as experiências que vivemos (“boas” ou “ruins”) nos servem – sempre – para nos tornar um ser humano melhor.

Acredito que a Vida é –, fundamentalmente –, a oportunidade de nos melhorar em nossa individualidade e como ser humano que somos.

Acredito que cada pessoa sempre oferece o seu melhor – dentro de sua capacidade de compreensão e seu nível evolutivo.
Lastimo, quando percebo as pessoas equivocadas quanto a valores e desencontradas de si mesmas.
Lastimo, quando percebo as pessoas tomando verdades relativas como absolutas.
Porém, quem já não se desencontrou de si mesmo e quem não precisou empunhar uma verdade relativa acreditando, sinceramente, ser absoluta?!

Por isso, o autoconhecimento nos é tão fundamental!
Pois, acredito que quanto mais nos conhecemos, mais nos encontramos conosco mesmos e nos libertamos; e, mais nos desarmamos de nossas verdades absolutas.
Aprendemos que na vida que vivemos tudo é relativo, inclusive, nossas verdades.
Compreendo que o exterior é reflexo do interior; e aquilo que acreditamos interiormente se reflete (concretizado) em nosso mundo exterior.

Acredito que nós modelamos nosso destino com nossas crenças e valores; e que nossas escolhas e nossas reações frente às situações lhes são decorrentes. Portanto, acredito que nossas crenças são nosso motor e nosso norte para nossas escolhas e comportamentos.

E é por isso que, no processo de autoconhecimento, num mergulho interior, vamos compreendendo como nossas crenças se articulam e como as mesmas nos conduzem a fazer as escolhas que fazemos.

Acredito que o autoconhecimento é um processo de fazer as pazes conosco mesmos (com quem somos essencialmente!) e aprendermos a ser leais a nós mesmos, a cada momento que vivemos, a todo momento.


Mariah Bressani

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