Este artigo – publicado no nº 37, ano 3, da Revista Ser Mais, da Editora Ser Mais – busca refletir sobre as mudanças dos papéis das pessoas da 3ª idade nas últimas décadas no cenário socioeconômico mundial e quais suas possíveis alternativas de atuações – na atualidade e daqui para frente – nas organizações.
Boa leitura!
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O VALOR DA 3ª
IDADE NAS ORGANIZAÇÕES
Por Mariah Bressani
Estamos em pleno século XXI, vivendo na pós modernidade – na Era do Conhecimento – e com a economia mundial globalizada.
Estamos em pleno século XXI, vivendo na pós modernidade – na Era do Conhecimento – e com a economia mundial globalizada.
Desde as
últimas décadas do século passado, os avanços tecnológicos e de comunicações acontecem
a passos largos, numa progressão geométrica, e, atualmente, o conhecimento
tornou-se recurso de primeira necessidade para a sociedade em âmbito geral. Com
tudo isto, tornou-se possível o acesso facilitado às informações e suprimentos
técnicos e tecnológicos, promovendo profundas e significativas mudanças no modo
e estilo de vida das pessoas e na forma de produção das organizações.
Então, como uma
organização pode conseguir vantagem competitiva neste novo modelo de economia? Como
criar diferenciais num produto em relação ao do concorrente?
Hoje, as grandes
organizações, aquelas de maior sucesso, já sabem que o seu diferencial está em
colocar foco na gestão do conhecimento.
E a única
forma de uma organização conseguir obter, acumular e “armazenar” esse bem tão precioso
– o conhecimento – é através dos seres humanos, ou seja, os seus empregados. Assim,
são estes os processadores e geradores de conhecimento, que poderão promover
sua competitividade e perenidade no mercado. São eles os verdadeiros ativos na
gestão do conhecimento.
Senilidade x
Senioridade
Através das
pesquisas do IBGE, sabe-se que o Brasil está se tornando um país de idosos:
nascem menos bebês e as pessoas vivem mais.
E aquela
imagem pejorativa e estigmatizada do idoso senil, vivendo um período de vida de
decadência física e mental e incapaz de manter-se produtivo, está ficando no
passado, tornando-se coisa do “outro
século”, literalmente.
Atualmente,
graças àqueles avanços tecnológicos e com os progressos da ciência a sociedade
ganhou, entre diversos aspectos, benefícios expressivos nos tratamentos de
saúde, com medidas profiláticas de doenças, bem como, mais mobilidade e conforto
material, que milhares de pessoas usufruem, promovendo, portanto, melhor
qualidade de vida e tornado possível chegar à maior longevidade, com as
capacidades intelectual, emocional e social preservadas, com mais saúde,
energia e disposição e, portanto, ainda ativas e produtivas.
Neste novo
cenário social, o processo de envelhecimento mudou e a pessoa da terceira idade
pode alcançar a senioridade, pois, no decorrer de sua vida e do exercício de
suas atividades e experiências profissionais, elas conseguem acumular conhecimentos
adquiridos, através do aprendizado contínuo, cada vez mais necessário, alcançam
elevado grau de sabedoria, tendo maior consciência de seus recursos, limitações
e atos e suas conseqüências. O resultado é superior senso de competência e
responsabilidade e mais atenção para produzir um bom trabalho. Tendem também a desenvolver
melhor visão estratégica e serem mais assertivas, prudentes, acessíveis e adaptativas,
detentoras de credibilidade e liderança conquistadas. E, deste modo, esse novo
perfil de pessoa e profissional de “personalidade sênior” serve de modelo e
referencial positivos para as gerações posteriores.
Senioridade
x Sênior
Fazendo uma
ressalva nesta reflexão: ser sênior no patamar da carreira não significa necessariamente
alcançar a senioridade, pois esta vai além da gestão de carreira. Afinal, a senioridade
é uma personalidade sustentável, com um mix de ingredientes, como a autoestima,
o autovalor e a autoimagem, positivamente articulados entre si, ou seja, é ter um
senso do Eu equilibrado, tornando-se uma pessoa respeitada e digna de
credibilidade.
Neste sentido,
o coaching é um processo interessante que propicia alcançar “personalidade sênior”, pois trabalha
todos os seus ingredientes, promovendo a excelência não só na gestão da carreira
como também no exercício do bem viver.
Aposentar....
ou não
Atualmente, a
geração que já passou dos 50 anos e está chegando à terceira idade, é aquela
que acompanhou e testemunhou de perto as muitas e significativas mudanças
históricas: a virada para o século XXI, com as múltiplas transformações das
tecnologias e das comunicações e a “implantação”
da Era do Conhecimento e da economia globalizada. Mais do que qualquer outra
geração, essas pessoas tiveram que ter muita flexibilidade, resiliência e
capacidade de adaptação no decorrer de todo esse processo. São verdadeiros
arquivos vivos.
Estão também “inaugurando” uma nova terceira idade:
pessoas com grande acúmulo de conhecimento devido àquela vivência e com muita
disposição de continuar em atividade. Porém, estão no tempo de começar a pensar
seriamente na aposentadoria.
Aqueles que estiverem dispostos a continuar no mercado de trabalho, poderão ter a opção de manter-se na mesma função que antes ocupavam ou fazer uma reciclagem profissional e buscar uma recolocação em outras funções, que pode ser em consultoria, mentoring, coaching ou treinamentos dos jovens que estão chegando agora no mercado trabalho.
A organização
que se dispuser perceber a pessoa da terceira idade como alguém que ainda tem muito
com o que contribuir para a sociedade com sua expertise e “personalidade sênior” e mantê-lo em seu quadro de funcionários, mostrará
o valor que dá ao seu capital humano, estabelecerá um novo paradigma relacional
ao montar equipes com diversidade de gerações e, com certeza, estará tendo uma
visão futurista.
Afinal, é importante ressaltar que, devido aos fatores citados neste artigo, daqui para frente, cada vez mais, as organizações terão verdadeiros mananciais de senioridades – em qualquer departamento – com talentos lapidados através de carreiras e vidas bem sucedidas.
Autora:
MARIAH BRESSANI
Psicóloga,
Psicoterapeuta,
Master Coach,
Master em PNL,
Palestrante e
Escritora
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